terça-feira, 26 de agosto de 2008

LADAINHA LAURETANA - Santa Mãe de Deus

Na tradução para o português somos levados a crer que tal título não está em lugar adequado, pois sendo Mãe de Deus, faria mais sentido encontrar-se na segunda parte da ladainha na qual são destacadas as qualidades maternais de Maria. Porém, temos que o sentido advindo da avocação no latim, Sancta Dei Genitrix, não é tanto de mãe no como se expressa na segunda parte, mas de Genitora, ou Genetriz de Deus, pois a essa avocação não é referido o princípio maternal propriamente, mas mais diretamente a qualidade de formadora, ou seja, a descendência de Cristo, Deus humanado, do ventre de Maria.

Não se passa que Deus tenha sido formado no seio de Maria, pois Deus é eterno. Vemos, no entanto, O anjo dizer a Maria que “O Espírito Santo virá sobre você, e a força do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus” (Lc 1,35). Assim como ao visitar St. Isabel, sua prima, Maria ouve dela “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar?” (Lc 1,43). Dessa forma ao dizermos ser Maria a Mãe de Deus, estamos em verdade afirmando a divindade de Cristo.

Temos então não que a divindade tenha sido gerada no ventre de Maria, mas dela nasceu Cristo que é o próprio Deus. Através dessa avocação percebemos como a dignidade dela é totalmente dependente da dignidade de Deus, e sendo ela a criatura com união mais próxima do Bem, é sua dignidade próxima do infinito. Mas ainda criatura é também próxima de nós, e dessa maneira atua como perfeita medianeira entre Deus e os homens; Nossa perfeita intercessora.

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