Foi na queda que desceu ao abismo. Da fruta quis o doce, e do doce o que restou? Gosto amargo do torpor. Pequeno verme que se fez a mastigar as entranhas da terra. Estranhas carnes que provou, pareciam exalar suave fragrância, um adorável odor. Mas apenas pareciam, pois no fundo escondiam terrível armadilha: havia sem saber provado da morte, pensando bem viver.
E de verme se fez homem. Tendo seguido exemplo de sua mãe Mônica, sua Mãe maior o resgatou. De Numídia a Cartago, de Cartago a Milão, em nenhum outro lugar, porém, fez-se tão bom como em Hipona. A Deus e ao mundo fez ouvir os horrores do tempo de verme e sobre a vida de homem tampouco se calou, revelando as belezas que encontrara.
Por
Gustavo V. de Andrade