quarta-feira, 23 de abril de 2008

O passar do tempo

Pode ser neológico o tiquetaquear do relógio, mas do tempo o passar foi desde o princípio assim, sem volta. E a cada acumular de segundos e somar de minutos segue o mundo o seu existir. O agravar do tempo, então, parece só nos restar patente com os vincos da testa e o pesar das dores nas juntas, mesmo que quando moços não tenhamos ouvido de alguém de face marcada e dobras doídas que “o tempo voa”. Quando movido na euforia da vida ainda pouca é não raro formar-se na cabeça de alguém a indistinção entre aproveitar a vida e vivê-la como espetáculo hedonista. E gastas as horas e gastos os dias, reclamam muitos do urgir do tempo, não percebendo estes que em verdade antes do tempo urge a Sabedoria.

Gasta-se o tempo com nada ou pouca coisa, achando ser isso tudo que há. Mas que pressa há em gastar?
O tempo é só agora; uma sucessão de agoras. E sendo então agora, o tempo não passa, quem passa somos nós nesse mundo passageiro.
Por
Gustavo V. de Andrade

2 comentários:

Rafael Sotero disse...

deu pra poeta, hein. =P

Falando em poeta, já dizia Cazuza: 'o tempo não pára'!

Gustavo V. Andrade disse...

Cazuza poeta? Sei... só falta dizer que Chico Buarque é cantor.