terça-feira, 30 de setembro de 2008

Menos de mil e mal pagos



















Eram menos de mil e mal pagos
Os que acima ao centro pisaram,
As terras de um Novo Mundo amado,
Protegidos por ferro, fogo e cruz.

Nas escadarias jorrava sangue e descia,
Rolava mais um corpo de guerreiro que perdia
Seu coração ofertado ao sol
E sua vida contra noite dada.

Mas a noite não descansa,
Vinha sempre, e sempre escura,
Só por lua e estrelas respingadas
Iluminando tão maldita bravura.

Cem mil eram os grandes,
Os que ao sol adoravam.

Menos de mil e mal pagos
Os que acima ao centro pisaram.

Numerosos, mas dispares,
Os que um a um o coração perdiam.
Infelizes com os grandes ficaram,
E nessa luta, forças aos de corpo férreo juntaram.

Não foi de fogo a vitória,
Nem de ferro a defesa,
Bastou estratégia,
E o rancor de um povo massacrado.

Isso sem desprezar,
A bravura d’o mar cortar,
E não temer peleja sob olhar,
De tão doce Grand Guadalupana!


Por
Gustavo V. Andrade

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

LADAINHA LAURETANA - Mãe da Divina Graça

Assim como anunciou o Arcanjo Gabriel, Maria, mesmo antes do nascimento, e ainda mesmo antes da concepção de Cristo, estava repleta de graças (“cheia de graça, o Senhor é convosco”). Vemos que no latim é expresso de forma mais completa o significado da saudação do anjo, pois dela é dito ter “grátia plena” (plena de graça).

Livre das más inclinações acarretadas pelo pecado original ela continuou a crescer em graças enquanto viveu, pois não trazia por si amor algum, assim como para o mundo, tendo suas atenções apenas em Deus. Ela alcançou uma graça que nenhum outro ser alcançou, de ter o próprio Deus em si. Maria não só abundava em graças, como dela nasceu Aquele que é autor das graças. Os santos recebem graças suficiente para ajudar na salvação de um certo número de almas, ela, no entanto, recebeu graças para ajudar na salvação de toda humanidade, é por isso comumente considerada a medianeira de todas as graças.

domingo, 28 de setembro de 2008

O Pecado; Machado de Assis; a política e o interior

Não há nada mais triste que uma alma que vive apartada de Deus. Debalde tenta sorrir e nisto apenas mostra os dentes amarelecidos por marcas indeléveis donde só a graça divina pode limpar e fazer o purpúreo tornar-se branco como a neve, como preconizava o profeta em tempos imemoriais. Não há nada mais pavoroso que uma cidade repleta de almas que tateiam na escuridão de vícios dos mais diversos matizes. A expressão dos indivíduos ganha um contorno misteriosamente estranho. O olhar se torna vidrado. Os movimentos denunciam que algo imperceptível faz comunhão com cada ato e pensamento que se manifesta. Em geral os homens ficam flácidos e seu olhar só fala arrogância. A situação é pavorosa e não há precedentes a que ponto se decaiu a natureza humana. Parece que nos esquecemos de nós mesmos e a virtude se tornou algo tão banal, tão desprezível que é cansativo só de pensar.

Machado de Assis é caracterizado pelo acentuado cepticismo em relação ao homem. Seu pessimismo talvez fosse além de Pirro e nesses cem anos de sua morte não há como não lembrar de alguns de seus livros nesses tempos modernos. Sempre ouvia de uma tia que é espírita e bem apegada a vaidades que estamos evoluindo. Ó evolução, parece que não chegaste a mim nem a meus pares do mundo moderno. Balela de espírita! Essa conversa de evolução espiritual é um dos maiores conformismo em relação à moral que se ensina descaradamente. Machado, que era espírita, cansou de falar da decadência moral do homem e nada propunha. Parece que o homem é podre até chegar o momento do “plus quântico”, quando teremos os tempos melhores. Esse conformismo budista é tão assassino quanto a atividade danosa dos maus.

Alguns homens se apercebem do valor moral. A política se torna um instrumento dos mais valiosos para se implementar uma forma de congregar os valores de um povo e traduzir os anseios populares através de trabalhos que enriqueçam a sociedade mediante a promoção de valores minimante éticos. É interessante como surgem abnegados aptos a solucionarem os problemas de uma cidade. A política deveria ser um fardo. Os governantes não deveriam perceber vencimentos. Os agentes políticos deveriam agir de maneira a gerir a administração pública só sendo custeado seus gastos básicos. Talvez, dessa forma, possamos antever não uma a parcimoniosa evolução, mas um progresso pelo menos na forma de governar. Infelizmente o sistema atual de representação é uma fabriqueta de gerar canalhas e patifes que se penduram na máquina pública. É um absurdo e causa revolta assistirmos de forma descarada como os assessores, secretários e puxa-sacos vêem a administração como catapulta de suas realizações personalíssimas enquanto a maioria da população fica à míngua.

No interior há graves pecados (sic); sorrisos amarelos; expressões faciais diabólicas. No período eleitoral músicas agonizam a cidade com palavras ofensivas; palavras desrespeitosas e de uma duvidosa qualidade. Perdemos totalmente o senso do ridículo. Mulheres se prostituem e a bacante é regada a álcool e drogas. Enquanto isso a bandeira na gávea tripudia e lançamos ao céu este borrão. Não temos machados pra cortamos esse mal pela raiz; nem Machado para rirmos da situação. A situação não tem graça e não sei até onde vai chegar. Ó Deus, tende piedade, nós não sabemos o que fazemos!
Antônio Manuel da Silva Filho
Catende, 27/09/2008

Defesa da Catedral de Neuquén

No dia 17 de agosto, na cidade de Neuquén, Argentina, uma passeata teve lugar. Uma marcha ligada ao "Encuentro Nacional de Mujeres", movimento de cunho feminista.
Como em manifestações similares houve ataques a igrejas localizadas no percurso das passeatas, um grupo de jovens católicos decidiu colocar-se em frente a uma Catedral pela qual passaria a tal marcha, querendo assim evitar qualquer tipo de ataque. Mesmo desaconselhados pelo bispo local os jovens seguiram adiante em seu intento, e se uniram para rezar o rosário. Eis o resultado:

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

LADAINHA LAURETANA - Mãe de Jesus Cristo


Contemplamos com essa avocação Maria como Mãe de Cristo, e por essa via a ação de Jesus sobre a Terra.

Maria é Mãe de Cristo, Nosso Profeta. Ele veio ao mundo anunciar a Boa-Nova, e não havia uma vez sequer que Se pronunciasse que não fosse para tratar dos caminhos para a Salvação, que Ele, como Deus, veio para trazer-nos. Houve mesmo entre os judeus quem o reconhecesse como profeta: “Este é mesmo o profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6, 14). As coisas que ensinava foram para todos, pois havia ordenado aos apóstolos "Ide e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28, 19).

Maria é Mãe de Cristo, Nosso Rei. Rei de um Reino que não é deste mundo, assim como disse a Pilatos. A Igreja por Ele estabelecida haverá de durar até o fim dos tempos, sem que os portões do inferno sobre ela prevaleçam. É então nosso dever agir na Esperança desse Reino, (uma Esperança não só “informativa”, mas “perfomativa”, como nos ensina o Santo Padre Bento XVI, na Encíclica Spe Salvi) como súditos desse Rei.

Maria é Mãe de Cristo, Nosso Sumo Sacerdote. Nosso Sacerdote, que também enquanto vítima ofereceu a si mesmo pela expiação de nossos pecados. Ele continua a Si entregar diariamente por nós na Missa, de forma incruenta, pelas mãos do padre (In Persona Christi). E assim será enquanto durar sua Igreja, ou seja, até o fim dos tempos.

Na Missa segundo o chamado Rito Tridentino (forma extraordinária do Rito Romano), orações são proclamadas em três línguas: o grego, o latim e o hebraico; assim como nessas três línguas estava escrita a sentença de Jesus no alto da cruz. O grego é referente à ação de Cristo como Profeta, pois o grego era, em seu tempo, a língua tida por “universal”, algo como o inglês é dito ser hoje; O latim era a língua do Império Romano e, portanto, referente à ação de Cristo como Rei, pois é a língua dos súditos, ou cidadãos do Império; E o hebraico era a língua utilizada para a oração pelos judeus, contemplando assim à ação de Cristo como Sacerdote. É talvez justo, realmente, que a língua que mais ocupe espaço na liturgia seja o latim, pois sendo Jesus Rei exerce soberania sobre o restante, a língua que melhor expressa isso deveria ser a mais presente. Alguém poderia questionar se não seria assim o poder temporal superior ao espiritual, mas basta recordar que o Reino de Cristo é propriamente espiritual, portanto não há contradição.